Quartas sobre diabetes: Dr. Insulina fala sobre desafios do diagnóstico da diabetes.
No sétimo episódio de “Quartas sobre diabetes”, Dr. Insulina (Dr. Ronaldo Pineda Wieselberg) fala sobre os desafios de diagnóstico da diabetes.
Clique no link para conferir o vídeo na íntegra: https://bit.ly/3qWzMAa
[Rodrigo] E pensando na questão da diabetes, voltando um pouco, só para a diabetes. Na visão de vocês, como anda o diagnóstico? A gente ainda tem um desafio muito grande no Brasil, das pessoas terem a diabetes e não saberem? Isso melhorou? O que a gente pode fazer para aumentar a conscientização?
[Dr. Insulina] A gente ainda tem muita dificuldade. Quando a gente fala que, normalmente metade das pessoas tem diabetes desconhecem o diagnóstico, esse número não vem do acaso, vem na verdade daquelas pessoas que chegam até um serviço hospitalar, com alguma complicação por conta do diabetes. Seja uma complicação cardiovascular, como um infarto, AVC. Seja necessidade de uma amputação. Seja algum tipo de sangramento na retina, que é uma complicação oftalmológica. E quando a gente vai investigar, a gente encontra um diabetes nessa pessoa, que já vinha há bastante tempo e a pessoa não tinha conhecimento. E naturalmente, o que a gente precisaria para conseguir rastrear esses casos, seria uma atenção básica, muito mais fortalecida. Que a gente conseguisse passar os indivíduos que estão em suas regiões ou bairros de forma seriada em consultas médicas, justamente com o famoso check-up, para a gente conseguir ver se essa pessoa tem algum fator de risco para ter diabetes, se ela tem alguma alteração. Outro grande problema que a gente tem é o sub-diagnóstico, muitas vezes, quando o médico pede um exame, normalmente ele pede a glicemia em jejum, que vem alterada, muitas vezes já vem no pré-diabetes. E logicamente, o profissional de saúde vai falar assim: "Olha, você tem que cuidar bem desse seu pré-diabetes, senão pode evoluir para o diabetes". Pré-diabetes não é uma pré-doença, já é uma condição clínica, que aumenta sim o risco cardiovascular, e nesses casos, a pessoa tende até a "se comportar melhor", começa atividades físicas, começa alimentação e no exame seguinte, vem dentro do normal. Ao invés dela manter esses hábitos saudáveis, recém-desenvolvidos, ela perde todos. Ela regride e pensa "agora que eu não tenho mais diabetes, eu não tenho porque manter isso". Enquanto a gente encontra essa pessoa, normalmente 5 anos depois, ela já tem um quadro de diabetes, já exauriu a reserva de insulina do pâncreas, e muitas vezes, tem que iniciar a insulinoterapia, que apesar de ser um grande medo das pessoas com diabetes, não é necessário ter medo, quem tem mais medo são os médicos, porque é algo mais complexo de você ensinar.
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