Desbridamento: essencial na cicatrização de feridas
Desbridamento é essencial para que a ferida cicatrize
O nome é esquisito, mas desbridamento é algo bem simples. Trata-se da retirada de tecido morto ou necrosado, de excesso de exsudato, de fragmentos estranhos – sujeirinhas, pus – do leito da ferida. A ideia é reduzir o risco de infecção e estimular o processo de formação de pele nova, que vai fechar aquele local – a chamada cicatrização. Ou seja, o desbridamento é essencial para que a cicatrização ocorra mais rapidamente.
Geralmente, o desbridamento ocorre naturalmente, já que o nosso organismo tem capacidade de se livrar de pele morta. Acontece que essa é uma capacidade relativa. Na maioria dois casos, é necessário fazer isso artificialmente.
Há três maneiras básicas de fazer isso:
1. Ativa
O desbridamento ativo envolve remover manualmente esse material. Ele pode ser:
Cirúrgico ou com outro instrumento cortante – Quem faz a remoção é o médico. Geralmente, usa-se laser ou um instrumento de corte para retirar o material morto. O leito da ferida geralmente sangra. Ele também pode ser feito no leito hospitalar, usando um instrumento cortante como uma tesoura cirúrgica. Geralmente é feito por um enfermeiro.
2. Autolítico
É o processo pelo qual o corpo usa umidade para liberar tecido morto. Costuma envolver a aplicação de coberturas de hidrogel ou de hidrocolóide, que criam justamente esse ambiente úmido. Como o desbridamento é bem mais lento, não é indicado para pessoas com feridas que infeccionaram, que são muito grandes, que já estão necrosadas ou para pessoas que estão com o sistema de defesa enfraquecido – por exemplo, pacientes com câncer ou com HIV.
Se a ferida for muito profunda ou muito úmida, geralmente recomenda-se o uso de alginato e de hidrofibras, pois elas ajudam a preencher a cavidade (lembre-se: a ferida é profunda) e a criar umidade no local, que vai ajudar no desbridamento. Se houver excesso de exsudato, talvez seja preciso usar uma cobertura extra.
3. Enzimática
Usa produtos químicos que atacam somente o tecido morto. Os dois produtos mais usados são a colagenase e a papaína (que vem do mamão). Essa forma de desbridamento pode ser usada em feridas grandes.
Que ferida precisa?
Nem toda ferida exige que se faça desbridamento. De maneira geral, feridas agudas, como por exemplo o corte feito pelo médico em uma cirurgia, não costumam levar tanto tempo para sarar, portanto, quando necessário, o desbridamento é feito para remover algum resíduo ou tecido que necrosou. Quase sempre, é feito uma única vez, segundo o Nursing Times.
Já feridas crônicas, entre elas as úlceras por pressão, por levarem bem mais tempo para fechar – ou simplesmente não fecharem – geralmente contêm tecido morto e bactérias. Por isso, frequentemente necessitam passar por vários desbridamentos.
É preciso ter em mente que depois do procedimento, a ferida parece até maior e pior inicialmente, antes de ela começar a melhorar.
Mas atenção! Só um profissional de saúde poderá avaliar quando e quantas vezes você necessitará passar por esse procedimento, baseado nas condições da sua lesão e nas suas condições de saúde. Um exemplo: dificilmente se recomenda o desbridamento se a pessoa está em seus últimos dias de vida ou se o procedimento for causar extrema dor.
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