COVID-19 pode começar com sintomas neurológicos
Por Steven Reinberg
Embora febre e tosse pareçam ser os primeiros sinais de alerta do COVID-19, novas pesquisas mostram que quase metade dos pacientes hospitalizados experimenta uma série de problemas neurológicos.
De fato, dores de cabeça, tonturas, derrames, fraqueza, diminuição do estado de alerta ou outros sintomas neurológicos podem aparecer antes dos sintomas mais comuns de infecção pelo novo coronavírus (conhecido como SARS-COV-2), disseram os pesquisadores.
Esses sintomas neurológicos também podem incluir perda de olfato e paladar, convulsões, dores musculares e dificuldade de concentração.
"É importante que o público em geral e os médicos estejam cientes disso, porque uma infecção por SARS-COV-2 pode apresentar sintomas neurológicos inicialmente, antes que ocorram febre, tosse ou problemas respiratórios", disse o pesquisador Dr. Igor Koralnik, chefe de doenças neuro-infecciosas e neurologia global e professor de neurologia na Northwestern University Feinberg School of Medicine, em Chicago.
Para o estudo, a equipe de Koralnik analisou todos os pacientes com COVID-19 internados na Northwestern Medicine, para ver com que frequência as complicações neurológicas apareceram e como elas responderam ao tratamento.
"Esse entendimento é fundamental para direcionar o manejo clínico e o tratamento clínico apropriados", disse Koralnik em comunicado à imprensa da Northwestern.
O vírus pode afetar todo o sistema nervoso - cérebro, medula espinhal, nervos e músculos. O COVID-19 também pode afetar os pulmões, rins, coração e cérebro, disse ele.
Por último, mas não menos importante, o vírus pode infectar o cérebro. Além disso, a reação do sistema imunológico à infecção pode causar inflamação que pode danificar o cérebro e os nervos, acrescentou Koralnik.
Como pouco se sabe sobre os efeitos a longo prazo do vírus, os pesquisadores pretendem acompanhar pacientes com problemas neurológicos, para ver como eles se comportam ao longo do tempo.
O relatório foi publicado on-line em 7 de junho de 2020 nos Annals of Neurology.