Pulmões saudáveis e o consumo de frutas silvestres

Frutas silvestres e uvas podem mantê-lo respirando mais fácil

Adicionar mais uvas e frutas à sua dieta é uma maneira saborosa de estimular a saúde pulmonar, sugere uma nova pesquisa.

As pessoas que comiam mais alimentos com um tipo específico de flavonoides, chamadas antocianinas, mantinham a melhor função pulmonar à medida que envelheciam, disseram os pesquisadores. As antocianinas são encontradas em frutas e vegetais de pigmentação escura, como uvas vermelhas, mirtilos e batatas doces.

"Uma dieta rica em frutas e vegetais pode ajudar a proteger os pulmões contra danos, preservando sua funcionalidade e reduzindo o risco de desenvolver doenças respiratórias mais tarde na vida", disse a principal autora do estudo, Vanessa Garcia-Larsen.

Ela explicou que, quando as pessoas têm 30 anos, elas geralmente atingem sua capacidade máxima de pulmão.

"Após esse período, a função pulmonar começa a declinar lentamente para todos. A velocidade de declínio varia de uma pessoa para outra, dependendo de vários fatores, como tabagismo, atividade física, exposição a certos poluentes e a presença de outras condições médicas". Eplicou Garcia-Larsen. Ela é professora assistente de nutrição humana na Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, em Baltimore.

Alimentos processados, como carnes curadas, têm sido mostrados em estudos anteriores, ligados a um declínio mais acentuado da função pulmonar, segundo Garcia-Larsen.

Mas o novo estudo descobriu que aqueles que comiam uma grande quantidade de frutas e vegetais de cor escura tinham um declínio mais lento por ano na função pulmonar em comparação com aqueles que comiam menos desses alimentos cheios de antocianina.

"Esse declínio mais lento foi evidente mesmo depois de levar em conta outros fatores importantes, como tabagismo e idade", disse ela.

No entanto, o estudo foi projetado apenas para encontrar uma associação; não pode provar causa e efeito.

Samantha Heller, uma nutricionista registrada no NYU Langone Health System, em Nova York, disse que as descobertas fazem sentido.

"As antocianinas demonstraram ter efeitos realmente positivos sobre a saúde. Elas são cheias de antioxidantes e, se você comer uma fruta inteira, também terá muitos outros compostos saudáveis", disse ela.

"Além disso, há menos espaço no prato para os alimentos menos saudáveis. E não é apenas um tipo de alimento que é fundamental para uma boa saúde", observou Heller. "Tudo o que é baseado em plantas trabalha em conjunto para ajudar a combater doenças e proteger contra danos celulares".

O estudo incluiu 463 adultos da Noruega e da Inglaterra. Sua idade média era de 44 anos.

Todos os participantes preencheram questionários dietéticos e um teste de função pulmonar no início do estudo. Dez anos depois, a função pulmonar foi testada novamente.

Os pesquisadores observaram uma relação entre o consumo de antocianina e a saúde dos pulmões - quanto mais pessoas comiam, melhor a saúde dos pulmões.

De acordo com Garcia-Larsen, "alimentos ricos em flavonoides antocianinas podem proteger os pulmões através de suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, que foram amplamente demonstradas em estudos experimentais".

Ela acrescentou que algumas horas depois de comer alimentos como frutas silvestres, há evidências de flavonoides no tecido pulmonar. Isso "sugere que [alimentos antocianina] podem ter um papel funcional na proteção dos pulmões contra os poluentes e outros insultos ambientais", como o tabagismo, observou Garcia-Larsen.

Essas frutas e legumes de pigmentação escura pareciam ser mais úteis para as pessoas que nunca fumaram e aquelas que pararam de fumar. Os fumantes deveriam parar, porque é a melhor coisa que eles podem fazer pelos seus pulmões, disse Garcia-Larsen.

As toxinas do fumo podem prejudicar a capacidade dos antioxidantes ou efeitos anti-inflamatórios para neutralizar os danos do tabagismo. Mas quando os fumantes param, ela disse, eles obtivem um benefício da antocianina em frutas e verduras.

Garcia-Larsen está programada para apresentar as descobertas na segunda-feira em uma reunião da Sociedade Torácica Americana em San Diego. Os resultados apresentados nas reuniões são normalmente vistos como preliminares até serem publicados em um periódico revisado.