Hipertensão na gravidez: como eu sei que eu tenho e o que eu posso fazer?
Por Suprevida
Pressão alta durante a gravidez é algo sério. Segundo o Ministério da saúde, é uma das mais importantes complicações que ocorrem durante a gravidez e é a maior causa de morte materna no Brasil.
Ninguém sabe por que algumas mulheres vão apresentar pressão mais alta durante a gravidez. O que se sabe é que algumas condições aumentam o risco de hipertensão gestacional. Veja só:
- Se a mulher já tinha pressão alta antes de engravidar
- Se ela tem alguma doença renal
- Se ela é diabética
- Se ela teve hipertensão em alguma gravidez anterior
- Se a futura mãe tem menos de 20 ou mais de 40 anos de idade
- Se a gravidez é múltipla, isto é, se a mulher está esperando gêmeos, trigêmeos ou mais
- Se ela é negra
- Se a futura mãe fuma
- Se ela é obesa ou tem sobrepeso
O que é considerado hipertensão gestacional?
A pressão de uma pessoa adulta normal gira em torno de 120/80 mm de Hg. O primeiro número (o mais alto) significa a pressão sistólica, quer dizer, a pressão na artéria no momento em que o coração está bombeando sangue para o corpo.
O número mais baixo é chamado de diastólico. É a pressão nessa mesma artéria na hora em que o coração relaxou.
Hipertensão gestacional é quando o médico descobre que a mãe tem pressão igual ao maior do que 140/90 mm Hg ou que a pressão sistólica dela (o número mais alto) está 15 pontos acima do que ela apresentava antes de engravidar. Por exemplo, se antes de engravidar ela tinha 120 mm Hg e durante a gravidez descobre que está com 135 mm Hg.
Pressão alta durante a gestação costuma ser observada em torno de 20 semanas de gravidez.
O Ministério da Saúde, no entanto, diz que é muito importante diferenciar a hipertensão que a futura mamãe tinha antes de ficar grávida da pressão alta que aparece durante a gestação. Os médicos chamam a pressão alta antes da gravidez de hipertensão crônica.
Mulheres hipertensas antes de engravidarem vão ter uma elevação da pressão arterial como resultado da própria doença que já tinham (a hipertensão). Agora, pressão alta durante o período de gestação é resultado da uma má adaptação do organismo materno à gravidez e requer outros tipos de cuidado, mas a tendência é a de que a pressão normalize 24 horas após o parto.
Há outros dois tipos de complicações da pressão arterial alta que podem acometer as futuras mamães, de acordo com o Ministério da Saúde.
1. Pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica – A mãe, que já era hipertensa antes de engravidar, passou a excretar proteína pela urina (chamada de proteinúria) após 20 semanas de gestação.
2. Pré-eclâmpsia/eclâmpsia – É uma doença específica da gravidez. Acontece quando a hipertensão surge após 20 semanas de gestação e a mãe passa a excretar proteína pela urina. A pré-eclâmpsia tende a desaparecer entre a 4ª e a 6ª semana após o parto. Agora, se a pressão continuar alta depois do parto, é possível que ela tenha desenvolvido hipertensão crônica.
Acontece que com a pressão alta, há um aumento na resistência dos vasos sanguíneos. Isso pode dificultar o fluxo de sangue para muitos órgãos da futura mãe, como no fígado, rins, cérebro, útero e placenta.
Além disso, a hipertensão gestacional grave (pressão arterial maior do que 160/110 mm Hg) pode fazer a placenta descolar. Também pode levar o bebê a ter problemas, como ele não crescer como deveria e até mesmo morte do feto.
Quais são os sintomas
Cada mulher pode ter uma combinação de sintomas diferente, mas esses são os mais comuns. Importante: tem mulheres que inclusive não têm nenhum sinal, por isso é importante fazer o acompanhamento da pressão ao longo da gestação:
- Ausência ou presença de proteína na urina (para diagnosticar hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia)
- Inchaço
- Ganho de peso repentino
- Visão turva ou dupla
- Náusea ou vômito
- Dor ao redor do estômago
- Urinar pequenas quantidades
- Alterações nos testes de função hepática ou renal
- Dor de cabeça que não passa
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito através de um exame de pressão arterial, juntamente com outros testes. O médico é quem vai determinar quais deles são importantes para fechar o diagnóstico. Esses testes são os mais comumente pedidos:
- teste de urina, para checar se você está eliminando proteína. A presença de proteína na urina é um sinal de que os rins não estão funcionando bem, além de ajudar a descartar se a mãe está em pré-eclampsia.
- Avaliação do inchaço, principalmente nas pernas e pés
- Medições no peso, para verificar se a futura mãe ganhou peso muito rapidamente
- Testes de função hepática e renal para descartar pré-eclâmpsia
- Testes de coagulação sanguínea para descartar pré-eclâmpsia
Dá pra prevenir?
Algumas mudanças de hábitos podem ajudar a prevenir a hipertensão gestacional. Confira:
1- Controle o consumo de sal – Procure consumir no máximo 6 g de sódio por dia. Isso não significa 6 g de sal, mas 6 g de sódio, o mineral que contribui para o desenvolvimento de hipertensão. O sódio está escondido em muitos alimentos industrializados, como sopa de pacote, macarrão com molho, caldos em cubo, embutidos etc.
2- Faça atividade física – Além de ajudar controlar a pressão arterial durante a gravidez, fazer exercício ajuda a manter o peso, um fator de risco para a hipertensão gestacional. Um estudo de 2016 mostrou que fazer exercícios de intensidade moderada durante a gravidez não só ajuda a prevenir hipertensão como evita o sobrepeso dos recém-nascidos.
3- Evite alimentos estimulantes, comocafé, chá preto, refrigerantes e energéticos.
4- Procure se alimentar bem - Uma boa dica é procurar um nutricionista logo no inpicio da gestação. Muitas mulheres se sentem liberadas a comer o que quiserem, mas nao é bem assim. Ganho exagerado de peso pode aumentar a pressão arterial.
Agora, se você já tem hipertensão, além das dicas acima, inclua isso na rua rotina diária. As dicas são da American Pregnancy Association:
- Descanse, sempre deitando para o lado esquerdo, para não jogar o peso do bebê sobre as grandes artérias do seu corpo
- Aumente o número de check-ups pré-natal, que é a oportunidade de o seu médico acompanhar como anda você e a sua pressão
- Hidrate-se bem, procurando tomar pelo menos 8 copos de líquido por dia. Pode ser chá, água, refresco.
- Discuta com seu médico se os remédios que você tomava antes continuam valendo agora durante a gravidez. É possível que ele troque por outros.