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Cuidados paliativos crescem no Brasil e no mundo


Por Suprevida

A jornalista Ana Michelle Soares descobriu ter câncer nas mamas em 2011, aos 28 anos de idade. Fez tudo o que estava ao seu alcance: mastectomia, quimio, radioterapia, entre outras terapias para tentar vencer o tumor. As células cancerosas, infelizmente, mostraram-se mais fortes do que os tratamentos e se multiplicaram.

Sem grandes expectativas sobre como vencer a batalha, Ana Michelle tornou-se exemplo de vida para muita gente, ao não só falar abertamente sobre a sua condição, mas também sobre cuidados paliativos. A jornalista virou referência da defesa da prática, com a sua página no Insta @paliativas.

A ideia por trás dos cuidados paliativos é trazer conforto, melhorar a qualidade de vida e valorizar a dignidade de quem sofre com doenças graves que ameaçam a vida do doente ou de quem se encontra em estado terminal. É também trazer conforto aos familiares do doente. A prática envolve cuidar do doente de uma forma holística, ou seja, tratar a parte física, mas também a emocional e a espiritual.

Segundo dados de 2018 da Organização Mundial da Saúde, 40 milhões de pessoas precisam de cuidados paliativos, sendo que a maioria delas vive em países pobres ou em desenvolvimento. Para que se tenha uma ideia, metade das crianças que necessitariam desses cuidados vivem na África.

Em muitos desses países, esse tipo de cuidado ainda está associado a desistir do doente ou até a abreviar a vida dele. “Que fique claro: esse amparo não é sinônimo de suspensão de tratamentos. Não é eutanásia”, enfatiza a geriatra Ana Claudia Arantes, fundadora da Casa do Cuidar, em São Paulo, que forma profissionais paliativistas. “Muita gente acha que cuidados paliativos é desistir da vida, quando o que eles oferecem é o oposto: ajudar a viver bem”, esclarece à revista Saúde.

Barreiras começam a cair
Devido a esse tipo de tabu e a barreiras culturais e religiosas – como lidar com a morte -, ainda são pequenas – ou simplesmente não há – as iniciativas de treinamento de profissionais para cuidados paliativos. Em boa parte do mundo, as políticas de saúde não incluem ou sequer mencionam a prática.

Felizmente, o preconceito com relação a esse tipo de intervenção parece estar caindo, especialmente nos países ricos. Nos Estados Unidos, o número de hospitais com um time de cuidados paliativos saltou de 658 para 1.831 entre 2000 e 2016, um aumento de 178%. Na Austrália, o número de hospitalizações para cuidados paliativos aumentou 28% entre 2011/12 e 2015/16. O número total de hospitalizações no mesmo período cresceu 15%.

No Brasil, uma resolução publicada pelo Ministério da Saúde em 2018 estabeleceu diretrizes para a oferta de cuidados paliativos no SUS. O objetivo era garantir que a prática fosse ofertada aos pacientes cuja doença não têm cura, desde o diagnóstico até a fase terminal.  Com a resolução, a oferta desse tipo de serviço deverá crescer nos próximos anos.

Mas que não nos enganemos: ainda estamos longe de ter uma universalização da prática, muito por conta da falta de formação específica de profissionais. Um exemplo: no Brasil, existem em torno de 150 equipes, a maioria delas concentrada no Sudeste, segundo o Portal Hospitais Brasil, quando deveria haver ao menos 600.

Para quem
Os cuidados paliativos se prestam a pessoas com uma série de doenças. A maioria dos adultos que poderiam se beneficiar tem doenças crônicas, como as cardiovasculares (38,5%), câncer (34%), doenças crônicas respiratórias (10,3%), AIDS (5,7%) e diabetes (4,6%), de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Condições como esclerose múltipla, falência renal e até artrite reumatóide, dependendo da gravidade, também são passíveis desse tipo de assistência.

Na imensa maioria dos casos, dor é o sintoma mais frequente entre aqueles que recebem esse tipo de cuidado. Infelizmente, no Brasil o uso da morfina, remédio capaz de controlar 90% das dores, ainda é tabu. “Há muito tabu ao redor da morfina. O profissional de saúde não tem experiência, não se aprende na faculdade sobre seu uso, então não tem segurança para prescrever ou prescreve subdoses”, explica a geriatra Camila Alcântara ao jornal O Tempo.

Diferentemente do que acontece nos EUA, por exemplo, onde o acesso à morfina e outros opiáceos é facilitado, o que aumenta as chances de se criar adictos desses remédios, no Brasil ainda se convive com o subtratamento da dor devido à burocracia para se obter o receituário especial e à baixa disponibilidade do medicamento nos hospitais e em farmácias.

De acordo com José Oswaldo de Oliveira Júnior, diretor do Departamento Central da Dor do Hospital A.C.Camargo, de São Paulo, atualmente, o consumo de morfina é um índice de qualidade de vida e de avanço social. “Os países que mais consomem opioides no mundo inteiro têm maior qualidade de vida porque se preocupam em fazer com que os pacientes não sofram”, destaca no artigo “Dor e Burocracia.

Para a Organização Mundial da Saúde, controlar a dor é um dever ético dos profissionais de saúde e um respeito à dignidade da pessoa doente.

Benefícios
Cuidado paliativo foca na qualidade de vida, fornecendo não apenas todos os medicamentos e alternativas possíveis para aliviar a dor e o desconforto do doente, mas também apoio emocional e espiritual para pacientes e seus familiares. É um cuidado do corpo e da alma.

Por proporcionar mais do que atenção aos sintomas físicos, requer uma equipe multidisciplinar. Entram em campo não só os médicos, como também enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas e até mesmo o capelão ou outros conselheiros espirituais para trazer auxílio espiritual.

Embora a maioria das pessoas associe esse tipo de prática a alguém que está em seus momentos finais de vida, ele deveria se implementado tão logo quando fosse possível. Para que se tenha uma ideia, a Sociedade Americana de Oncologia Clínica recomenda que todos os pacientes recém-diagnosticados com câncer avançado iniciem os cuidados paliativos 8 semanas após o diagnóstico.

Vários estudos mostram que quanto mais cedo se inicia esse tipo de intervenção, melhor a qualidade de vida e melhor controle dos sintomas. Comparado a grupos controle, pacientes submetidos a cuidados paliativos tiveram maior alívio de falta de ar associada com doenças pulmonares, reduziram a possibilidade de ir para a UTI, tiveram maior alívio espiritual e muitos viveram mais.

Mais: os pacientes que receberam esses cuidados apresentaram menos sintomas de depressão do que os que receberam tratamento convencional. Os cuidados paliativos também reduzem hospitalizações desnecessárias, o que significa economia.

Falar sobre morte é difícil, mas necessária
Falar sobre a morte é difícil. Porém, a morte é inevitável e quanto mais estivermos preparados para enfrentar a nossa morte, mais fácil será para aqueles que deixaremos. Falar sobre a morte com nossos entes queridos é preparar-se para algo que virá, mais cedo ou mais tarde.

E quando nos preparamos com antecedência, tiramos um pouco do peso das decisões difíceis que muitas vezes recaem sobre os nossos familiares mais próximos em um momento que é extremamente cercado de emoções.

Os cuidados paliativos incluem, sim, decidir ao lado dos médicos o que se quer fazer quando se recebe um diagnóstico ruim. Abrir o jogo com quem amamos e ter uma conversa franca com nossos entes queridos torna a vida do doente e de seus familiares muito mais leve, até porque os cuidados paliativos ajudam quem tem uma doença incurável a viver com dignidade, independentemente dos prognósticos médicos. Como disse a Ana Michelle, cuidado paliativo não é sobre morrer, é sobre como quero viver até lá.

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