A pressão alta é inevitável?

Por Suprevida

Quase todos os adultos enfrentarão esse problema de saúde com o passar dos anos. Mas saber como a pressão arterial pode mudar ao longo da vida pode dar às pessoas uma melhor compreensão do porquê é importante mantê-la sob controle em qualquer idade.

Quando não controlada ou se não for detectada, a pressão alta pode levar a doenças cardíacas, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, doença renal ou outros problemas graves de saúde. " É possível prevenir danos mantendo a pressão sanguínea bem controlada. Se você o ignorar, é quando há um risco muito maior de complicações", disse Sandra Taler, professora de medicina e consultora da divisão de nefrologia e hipertensão da Mayo Clinic, em Rochester, Minnesota.

Quase metade dos adultos norte-americanos - cerca de 116 milhões - têm pressão alta, ou hipertensão, segundo estatísticas da American Heart Association. A pressão arterial alta é definida como uma leitura de 130 ou superior como o número superior (sistólico) ou 80 ou superior como o número inferior (diastólico).

A porcentagem de pessoas nos Estados Unidos com pressão alta aumenta a cada década de vida. Entre as mulheres de 20 a 34 anos, 13% têm hipertensão; quase 86% têm a doença em meados dos anos 70. Os homens veem uma trajetória semelhante no mesmo período, aumentando de 26% para 80%.

"A pressão arterial aumenta com a idade nas sociedades ocidentais - ou na maioria das sociedades atualmente - está relacionada à ingestão de sal", disse Taler, membro do grupo de redatores das diretrizes atuais de hipertensão do American College of Cardiology, AHA e outras organizações. Reduzir a quantidade de sódio na dieta pode ajudar.

Excesso de sal na corrente sanguínea puxa água para os vasos sanguíneos, o que, por sua vez, aumenta o volume de sangue dentro deles. Um aumento na pressão sanguínea pode forçar as paredes dos vasos, acelerar o acúmulo de bloqueios e cansar o coração, forçando-o a trabalhar mais para bombear sangue.
Outros fatores de risco incluem idade avançada, com maior índice de massa corporal e raça. A prevalência de pressão alta para adultos negros nos EUA está entre as mais altas do mundo. Quase 59% dos homens negros e 56% das mulheres negras têm hipertensão, em comparação com 48% e 41% para homens e mulheres brancos, respectivamente.

Ao analisar as diferenças de gênero, independentemente de raça ou etnia, Taler disse que a pressão sanguínea tende a ser mais alta nos homens até os 50 anos, quando as mulheres começam a apresentar taxas um pouco mais altas de hipertensão.
Pesquisa publicada em janeiro na JAMA Cardiology examinou mais de perto os padrões de pressão arterial para homens e mulheres ao longo da vida. O estudo constatou que, embora os homens tendam a ter maior pressão arterial do que as mulheres em idades mais jovens, a taxa de aumento é mais rápida para as mulheres do que para os homens a partir dos 20 anos.

Os resultados sugerem que as mulheres podem ser subdiagnosticadas para pressão alta, disse o Dr. Hongwei Ji, principal autor do estudo e investigador clínico no Brigham and Women's Hospital, em Boston.

Diferenças semelhantes foram encontradas por raça e etnia, acrescentou Ji.

"Quando se trata de investigar ou tratar a pressão arterial e a saúde cardiovascular, mulheres e homens devem ser comparados por padrões diferentes. Mais importante, devemos definitivamente prestar mais atenção ao controle da pressão arterial no início da vida, especialmente para as mulheres", disse Ji.

Taler disse que são necessárias mais pesquisas para identificar como fatores exclusivos das mulheres, como a menopausa precoce e os contraceptivos orais, podem contribuir para as diferenças.

Mas, independentemente da idade, raça ou sexo de alguém, ela ofereceu algumas recomendações familiares para controlar a pressão arterial: limitar alimentos salgados ou processados, manter um peso corporal ideal, exercitar-se regularmente e evitar fumar. Algumas pessoas também podem precisar de medicamentos para baixar a pressão arterial.

Taler disse: "É realmente importante que as pessoas entendam que a pressão alta é tratável".