4 em 5 adolescentes em todo o mundo não se exercitam o suficiente
Quatro de cinco crianças e adolescentes ao redor do mundo não praticam a quantidade recomendada de atividade física, diz um novo estudo.
Os pesquisadores analisaram dados coletados entre 2001 e 2016 de 1,6 milhão de estudantes, de 11 a 17 anos, em 146 países. Eles descobriram que 81% deles não atendiam às recomendações da Organização Mundial da Saúde para uma hora de atividade física moderada a vigorosa todos os dias.
As meninas eram menos ativas que os meninos em todos os países, exceto em quatro: Tonga, Samoa, Afeganistão e Zâmbia. Em quase um terço dos países (29%), as meninas tinham mais de 10 pontos percentuais menos propensos a atender às recomendações da OMS. As maiores lacunas ocorreram nos Estados Unidos e na Irlanda, com mais de 15 pontos percentuais.
Em 73% dos países, a diferença de gênero aumentou entre 2001 e 2016. Em 2016, 90% ou mais das meninas em 27 países não possuíam níveis suficientes de atividade. Entre os meninos, isso ocorreu em apenas dois países.
Meninos nas Filipinas e meninas na Coréia do Sul foram os mais inativos, enquanto Bangladesh teve as menores taxas de inatividade física para ambos os sexos, segundo o estudo liderado pela OMS. Foi publicado em 21 de novembro na revista The Lancet Child & Adolescent Health.
"É necessária uma ação política urgente para aumentar a atividade física, principalmente para promover e reter a participação das meninas na atividade física", disse a autora do estudo Regina Guthold em comunicado à imprensa. Ela é diretora técnica da Vigilância de Fatores de Risco de Doenças Crônicas na OMS em Genebra.
A inatividade física pode prejudicar a saúde das crianças, observaram os pesquisadores.
Os benefícios da atividade física na adolescência incluem melhora da aptidão cardíaca, pulmonar e muscular, melhor saúde óssea e controle de peso. Também há evidências crescentes de que a atividade física beneficia a saúde do cérebro e as habilidades sociais.
Muitos desses benefícios continuam na idade adulta, sugerem pesquisas.
"O estudo destaca que os jovens têm o direito de brincar e devem ter a oportunidade de realizar seu direito à saúde e bem-estar físico e mental", disse a co-autora do estudo, Fiona Bull. Ela é diretora do Centro de Ambiente Construído e Saúde da Universidade da Austrália Ocidental e presidente da Sociedade Internacional de Atividade Física e Saúde.
"Os formuladores de políticas e as partes interessadas devem ser incentivados a agir agora pela saúde desta e das futuras gerações jovens", disse Bull.
Os pesquisadores pediram: expansão de políticas e programas conhecidos por impulsionar a atividade física dos adolescentes; mais ações de setores como educação, planejamento urbano e segurança viária, para oferecer mais oportunidades para os jovens serem ativos; e líderes políticos e outros para promover a importância da atividade física para todas as pessoas, inclusive adolescentes.
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